sábado, 10 de setembro de 2011

Romaria para Aparecida a pé, em Novembro de 1991,

A partida de nós romeiros, deu-se as duas horas da madruga do dia 7 de Novembro em frente da igreja da Matriz,, com os seguintes andarilhos: José A. Pereira Dias (Zé do Nico), João Rossetti,Domingos Fiorelini,
(Mingo).Zé Carlinhos (Sapinho), Celso Rossetti (Sapão), Abrão Forão, Luciano do Altamiro, Claudio (Manéco Loi) e eu, como relator e fotógrafo da romaria.
O motorista do caminhão que nos acompanhava com os colchoes , e apetrechos foi Fernando Brandão...
Depois de caminhar a noite inteira , com pouca visão, em uma estrada de terra com muitos buracos e pedregulhos, chegamos a primeira parada no Salto dos Pretos, município de Joanópolis, muitos cansados
  e após umas horas de descanso e um banho,voltamos a caminhar mesmo cansados com o pensamento voltado em atingir nosso objetivo,

   Depois de caminharmos durante horas, paramos para um descanso,e após 30 minutos,

 voltamos a andar,
e depois de uma longa caminhada, chegamos no bairro Maria Alferes, no município de Joanópolis, onde
pernoitamos em um barraco sem paredes, cedido gentilmente pelo seu proprietário, (lembro-me sempre desta noite, pois tinha muitos besouros), mas o cansaço era muito, e conseguimos dormir até as 5 horas
,da manhã, e após comer-mos um lanche, iniciamos a caminhada do dia , rumo a próxima parada, a cidade
 de São Francisco Xavier,                                                                                                                                                                
                                                                                                                                                                  
Após andarmos  vários  km., chegamos em uma encruzilhada , e a indecisão sobre qual caminho tinha-mos 
que seguir tomou conta de nós, e após algumas opiniões, a maioria decidiu ir para o lado esquerdo, sendo que  eu e o Mingo decidimos esperar para ver se alguém passasse por ali e nos orientasse .                                                                                                                                                                                                                                                                                                             
Sentamos em uma pedra , fiquei admirando as paisagens, e vi que o caminho que seguiram ia  a uma alta montanha, cuja estrada parecia um fiozinho vermelho no meio do verde dos pastos, por causa da distância.
_Após uns 20 minutos , os que tinham seguido pelo caminho escolhido estavam voltando ,tinham encontrado um caminhão ,que pegava o leite dos sitiantes, e o motorista disse que estavam no caminho errado, e indicou  o caminho que tinha que seguir.
_Ao se aproximar de nós, eu e o Mingo, tiveram de aguentar nossos risos e gozações, e após essas brincadeiras seguimos em direção ã  São Francisco, cujo trajeto nos deslumbrava com  suas belezas naturais.
Depois deste cansativo trajeto, mas deslumbrante aos nossos olhos, chegamos em São Francisco Xavier,
uma pequena cidade,  muito agradável, onde fomos muito bem recebidos

Chegando na cidade cansados , cada um procurou uma maneira de recobrar as forças, alguns foram aproveitar a sombra dentro do coreto na praça e deitaram no chão como o Abrão Forão na foto.
O João Luis apareceu de carro, e nos convidou para ir em um bar, comer alguma coisa, e beber  um refrigerante ou uma cerveja, que prontamente aceitamos, e após comer-mos sanduiches de mortadela, e beber-mos refrigerantes, sendo que alguns cervejas, iniciamos novamente nossa missão, rumo a Aparecida.
Nossa próxima parada seria na cidade de Monteiro Lobato, onde iria-mos pernoitar, e após mais uma cansativa caminhada, em que passamos por belas paisagens, chegamos na cidade.
Fomos muito bem recebidos pela população, e chegando na praça principal da pequena cidade, deparamos com alguns dos jovens da romaria, que tinham seguido em nossa frente, dormindo em um dos bancos da praça, (vejam só, como estavam, parecia quatro anjinhos .


A praça que estava-mos era onde ficava o armazem de secos e molhados, cujo proprietário iria nos ceder um comodo de sua casa para dormir, e o Zé do Nico descobriu que a praça tinha o mesmo nome de seu pai, meu sogro, Praça Antonio Pereira Dias, e tirei uma foto com ele apontando com o cajado a placa indicativa.
Após uns bate papos entre nós e alguns dos habitantes da cidade, fomos tomar um banho, nos alimentamos, e fomos dormir, porque no dia seguinte, ia ser o trajeto mais complicado  e cansativo da romaria, dormimos muito bem pois o proprietário da casa, nos arrumou um salão bem amplo e arejado.

Levantamos bem cedo, e as 5 horas , após tomarmos café, e comermos pão com mortadela, agradecemos e despedimos do proprietário e iniciamos o mais cansativo trajeto,  até a cidade de Tremembé.
Ao sairmos de Monteiro Lobato percorremos um bom trecho praticamente plano, com algumas saliências no terreno, mas ao chegar ao pé da Serra da Mantiqueira, vimos que não ia ser fácil, pois a subida conhecida por "Pica-Pau Amarelo" era longa e íngreme, mas com o pensamento voltado na nossa meta, vimos que para atingir nosso objetivo, tinha-mos que traspor todos os obstáculos, e iniciamos a subida.
Durante a subida, escutava sons de cachoeiras bem perto, mas não podia velas por causa das arvores e matos, mas soube mais tarde, que algumas eram lindas, e consegui conhecer através de fotos.

A subida foi muito exaustante, mais foi compensadora ao chegar no topo, pois a vista do Vale do Paraíba era deslumbrante, enchendo a gente de emoção, esquecendo até o cansaço.


Após um breve descanso, iniciamos a decida, rumo a próxima cidade, Tremembé, sabendo que ia ser um trecho muito árduo de ser concluído.

De fato foi o trecho mais longo e cansativo, andamos desde cedo sem parar, atravessando campos de plantações de arroz,  fazendas , cujos terrenos planos parecia que nunca ia acabar.

Já estava escurecendo, e nós ainda estava-mos atravessando os arrozais ,  parecia que não tinha fim,
mas finalmente chegamos na estrada que nos levaria a Tremembé, eu estava esgotado , não tinha mais
forças para andar e via as luzes da cidade tão longe, falei para o Mingo, (não aguento mais, vou ficar
aqui e dormir na estrada, amanhã eu vou), mas o Mingo retrucou, estamos chegando, eu espero você
descansar um pouco, e vou junto, e ficou ..
Após um breve descanso, levantei-me e comecei a caminhar , alias me arrastando, com ajuda do meu jovem
amigo Mingo consegui chegar junto aos meus companheiros, que estavam em um bar, onde íamos dormir.,
e vi que os colchoes estavam colocados no chão de uma varanda do bar, e como estava super-cansado,
me joguei em um deles sem dizer boa noite a ninguém, dormi em seguida, acordando e levantando as 5 hs.
Sai para a rua e vi o que não tinha visto a noite por causa do desgaste físico , que o bar ficava perto da
ponte de Tremembé, e voltei para dentro da varanda acordando todos ,sendo que alguns ficaram bravos.,
por terem sido acordados, mas compreenderam que precisava sair cedo, para completar a ultima etapa da romaria., que seria a cidade de Aparecida, sendo que antes passaria-mos por Pindamonhangaba
Após tomar-mos o café com pão e mortadela,
inciamos a caminhada, após despedir-mos do proprietário do bar, agradecendo a hospitalidade , com bastante  vigor físico,pois todos dormiram muito bem.
A caminhada até Pinda, era "canja de galinha", perto do que andamos, e logo avistamos a cidade.
 

por sinal, muito bonita, com belas praças e monumentos, mas nossa intenção era apenas passar por ela, e 
seguir direto para nosso objetivo, a cidade de Aparecida, mas...o imprevisto aconteceu..
Nosso amigo João Rossetti, começou a ter uma caibra, atras de outra, e nós precisamos ficar um tempo em
Pindamonhangaba, até ele melhorar, mas as caibras não paravam, sendo que ele falou , vocês continuam a caminhada, poi eu não tenho condições de continuar, vou ficar aqui.
Todos falamos, não, sem você ninguém continua, vamos ficar umas horas aqui, até você melhorar, dai continuamos, e após umas duas horas, ele melhorou, e voltamos a caminhar, sendo que ele e o Zé do Nico,
andavam com uma disposição enorme na frente de todos., no que brinquei com eles, "acho que vocês dois
beberam alguma coisa estimulante  ",não sei dizer oque?, pois não conseguimos acompanhar seus passos, 


Este trajeto foi o mais alegre da romaria, fomos conversando, e quando estava-mos a poucos  kilometros de Aparecida, vimos alguns dos jovens romeiros sentados em umas pedras, nos esperando, pois devido suas
juventudes seguiam sempre na frente, e após nossa chegada junto a eles, seguimos ao alcance de Aparecida..


Após caminharmos um pouco , para nossa alegria, avistamos a torre do Santuário a pouco kilometros .
E após caminhar-mos um pouco entramos na cidade, muito alegres por estarmos realizando nosso sonho.
Entramos no estacionamento do Santuário, com os olhos fixo no maravilhoso Templo, que estava com a Graça de DEUS , a poucos metros de nós , e caminhamos em sua direção.
Ao se aproximar do Santuário, todos estavam emocionados, sendo que alguns, omo o João Rossetti, o Zé
do Nico, eu, e alguns jovens, não conseguiam segurar as lagrimas .




Entrando no Santuário, primeiramente fomos direto a imagem de NOSSA  SENHORA  APARECIDA.,
agradecer as GRAÇAS alcançadas , e de ter nos dado forças para cumprir nossa romaria, sendo que depois
assistimos uma MISSA, e após saímos do TEMPLO,
Fomos procurar um lugar para tomar um banho, que depois fomos almoçar, e visitar a IGREJA ANTIGA,
Com a visita da ANTIGA  IGREJA, encerramos nossa romaria, e pegamos a kombi, que ia nos trazer de volta para Piracaia, com o coração aliviado por termos conseguido cumprir nossa promessa, basta ver a foto
de dentro do carro, para notar a serenidade dos rostos de alguns dos romeiros dormindo.
Depois de uma tranquila viagem, retornamos à nossa cidade PIRACAIA.

Para mim, esta romaria foi e é INESQUECÍVEL , acho que para meus companheiros também.

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