quinta-feira, 26 de abril de 2012

No transcorrer de minha vida tive

muitos "amigos cachorros", e muitos cachorros amigos.
Vou contar neste relato, a história de um cachorro amigo que tive na minha infância.

Era um vira-lata de nome Dick Tracy ,que ganhei quando tinha  10 anos de idade, e desde que nos conhecemos éramos inseparáveis, mas os anos foram passando, e quando completei 14 anos fui trabalhar na Cia.Sapaco em Batatuba, e tivemos de nos separar, somente nos encontrando a noite
ou nos fins de semana.pois saia muito cedo para o trabalho, e voltava as 5,30 horas da tarde.
Como todos garotos desta idade," eu não fugia à regra," era difícil tirar eu da cama de manhã, minha
mãe acordava bem cedo, aprontava minha marmita, e ficava me chamando , e sempre levantava em cima da hora, tomava meu café, me aprontava, pegava minha marmita e saia correndo para pegar o
"trem do Chéco) quase sempre ele com ele" andando."

A gente tinha sempre o cuidado do Dick ficar trancado no quintal de casa, mas em um dos dias,
descuidamos, e quando sai de casa correndo para pegar o trem, ele me acompanhou , e como sempre,
peguei o trem andando,subi pela escadinha do último vagão , e fiquei vendo meu amigo correndo
atrás do trem.
Fiquei com tanta pena dele, que tive até vontade de saltar do trem, mas pensei, ele vai cansar e ao perder o trem de vista,  voltara para casa, sendo que o vi pela última vez , pouco antes de chegar perto do cemitério

Trabalhei normalmente o dia inteiro, pra depois ir pegar o trem "do Chéco",às 17 horas, que nos levaria de volta para casa, e o trem ao parar na estação de Arpuy, olhei pela janela do vagão, e vi
o Dick abanando o rabo ,correndo em direção ao vagão que eu estava, mais do que depressa, recolhi-o
e o escondi   no banheiro do vagão, ficando acariciando-o pra ele não latir..

Ao chegar em Piracaia, esperei uns minutos para que os passageiros descessem, e sai com meu amigo correndo para não ser pego pelo guarda trem, ou outro funcionário, pois era proibido transportar animais nos trens.
Chegando em casa dei-lhe água e comida, pois meu fiel amigo tinha ficado o dia inteiro sem comer nada, e no dia seguinte quando o trem parou em Arpuy, fui conversar  com o chefe da estação, que
disse que meu amigo abanava o rabo em todos os trens que passavam, mas os cheirava, e voltava a
se acomodar em algum canto da estação.
Jamais esqueci do ocorrido, e até hoje fico emocionado ao lembrar deste fiel amigo Dick Tracy;
                                                  QUE   SAUDADES


2 comentários:

  1. Em 1963 quando vim para Mauá deixei aí em Piracaia meu amigo "Tupy". Nunca mais o vi, mas não o esqueci. Ele não veio conosco, pois não quis subir no caminhão de mudanças.Foi muito triste.

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