quarta-feira, 11 de maio de 2011

Memórias do SENHOR PEIXEFRITO, saudades do RIO CACHOEIRA,

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Certo dia fazendo uma caminhada, ao passar pela ponte do Tico Peçanha, parei e olhando para o saudoso
e majestoso RIO  CACHOEIRA, vi com muita tristeza que tinha se transformado em um esgoto a céu aberto.
Recordei-me de minha infância e adolescência, quando eu e meus amigos desfrutá-vamos dele, pescando e
nadando, pois na época era a nossa piscina.
Existia vários locais do rio que nos praticar a natação, a ponte do Tico Peçanha, ponte do Cruzeiro,
Areião, Prainha, e outros mais, no que era muito divertido e saudável..
Além deste esporte, existia a pesca,  pois ele tinha varias espécies de peixes, e em grande quantidade,,lambari,
chamborê, piába, tambíu´, bágre, cascudo, e outros mais, eram tantos que até pescadores profíssionais  tinha,
sendo que o mais popular era o Senhor Pedro Braga que criou seus filhos com esta profissão..
Mas infelizmente o majestoso rio foi pouco a pouco mutílado , tendo iniciado esta mutilação na primeira usina
de energia elétrica de Piracaia, que ficava localizada nos fundos do local onde se encontra atualmente o
batalhão da policia militar.
Quando a conheci já tinha sido desativada, pois a cidade cresceu e nescessitáva de mais energia, então após
estudos, construiram uma com mais potência em Arpui., mas eu e meus amigos iamos sempre ao local pegar
cascudos entre as pedras com as mãos.
Era muito lindo ver, e por sua beleza atraia muitas pessoas para apreciar na época das piracemas os peixes
lutando para transpor os degraus da escada para desovar, era um maravilhoso espetáculo, mas infelizmente
foi dinamitado..

Existia duas ilhas no rio, uma delas localizada nos fundos da Creche, que nos chamava-mos "Ilha do Cavassa",pois o Senhor José Cavassa, (guarda trem ) cuidava dela com muito carinho, e a outra ilha era localizada na ponte do Ilde,
(Sonho Verde)que se chamava Ilha dos Amores, mas infelizmente foi arrancado um de seus braços e deixaram de serem ilhas.
Mas a mutilação não parou por ai, pois a partir do Areião, próximo da ponte do Cruzeiro. tiraram suas belas
curvas que ia até o matadouro municipal, deixando seu leito reto, para ser construido os barracões da
Le Cheval  e favorecer alguns
Mas além destas mutilações que causaram muito mal ao meio ambiente (hoje vemos e sentimos quanto mal
fizemos), houve outros desastres causados pelas nossas mãos, no nosso rio, , que se for descreve-lo,este
depoimento ficaria muito longo,
Termino este triste relatório que continuando a minha caminhada, sai da ponte com o pensamento voltado
no passado, dizendo comigo mesmo, "A GENTE ERA FELIZ E NÃO SABIA.


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3 comentários:

  1. Descrição perfeita... Mas infelizmente tivemos uma época em que em nome do desenvolvimento economico valia matar até a mãe (natureza) para poder participar do glamouroso baile de orfãos!
    Também fiquei impressionado com o aspecto do rio que vi no Google a partir da ponte do cruzeiro. Em nada lembra o Areião em que nadavamos!
    Concordo com você quando afirma-->"A gente era feliz e não sabia". Mas esta sensação é um sinal positivo, mostra que se está percebendo que a maneira que se dirigiu a evolução da sociedade, durante um certo tempo, não é a mais correta. Agora, o desafio é, a partir desta pescepção, criar motivações para desenvolver novas opções para se dirigir a evolução da sociedade, para que os nossos decendentes possam usufruir de um mundo mais limpo, seguro e agradavel, como foi o nosso mundo na infancia ai em Piracaia!

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  2. Isto é um fato; tive essa mesma impressão quando passei pelas pontes citadas. Infelizmente o crescimento sem visão crítica de futuro deixou suas marcas no nosso lazer de infância e no ganha-pão de muitos amigos nossos da época.Voltemos aos anos da construção da barragem. Nós da cidade não sentimos na ocasião, a grande dor da população rural do Vale do Cachoeira e demais vales atingidos: perderam seus sonhos e suas histórias familiares e começaram nova vida. O êxodo rural para a região urbana foi grande, deixando para trás as terras férteis da região, aguardando a inundação para abastecer os grandes centros. Senti pessoalmente essa dor do abandono de suas propriedades, em troca de indenizações, quando por concessão da atual proprietária, tivemos a autorização para demolir e ficar com os materiais da casa. Ver o trator a poucos metros destruindo tudo o que não conseguiríamos retirar, enquanto tentávamos, contra o tempo, a aproveitar os outros materiais que podiam ser reciclados em outras construções, foi uma sensação de perda muito grande. Os cronogramas das construtoras falavam mais alto. Isso foi uma casa que alguém deixou e dela carregou pouco, talvez levado pelo desgosto de ter de deixá-la. Imaginemos o fazendeiro e donos de sítios que suaram para ganhar/construir sedes belas, pastos e mangueirões, culturas e plantios diversos, e sentirem a grande sensação de perda e de que tudo aquilo não valeu a pena. Hoje vemos o nosso caudaloso Rio, que assistira silencioso a todas essas dores até ser engulido pela sua própria água represada, a reclamar pela sua vida barragem abaixo. Quem o fará viver como antes? Quando ele poderá devolver a mesma alegria que suas águas ancestrais o fizeram na época do Vale Cachoeira em plena Vida? Nós, é a resposta. Como? Isto é um processo, que começa como o Tazula o faz: DENUNCIANDO E BUSCANDO ALIANÇAS.

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    Respostas
    1. http://vicsblg.blogspot.com/ Postei esta resposta no meu blog. Cherê.

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