terça-feira, 17 de abril de 2012

Ai que saudades que tenho da nossa PIRACAIA antiga, de toda uma gente amiga, de um tempo que não volta mais.

Os dias eram tranquilos. As noites especialmente belas. Quando o bom tempo permitia, era fantástico observar o manto estrelado e, na lua cheia, a claridade beijava toda nossa pequena cidade,

que não possuía edificações de porte. Quem morava no perímetro urbano deliciava-se com o doce
silêncio das noites, quando ainda era possível perceber as badaladas do relógio da Igreja da Matriz ,
anunciando as horas.. Da cama ouvia-se o coaxar dos sapos e o "criquilar" dos grilos, entremeados
pelos sons das corujas e suindaras (estas assocadas a maus acontecimentos)
Aos sábados e domingos o silêncio  era quebrado com belas musicas do serviço de auto falantes "A Voz
de Piracaia", do Walter Puccinelli ,ou pelas bandas musicais fazendo uma retreita no coreto do Jardim
de Cima, ou pelas serenatas que os moços faziam para suas amadas..
Tinha-mos um Clube Recreativo no Jardim de Cima, que proporcionava todos os meses um lindo baile.
 
com fabulosas orquestras, como por exemplo a Nelson de Tupã, Silvio Mazurca e outras mais,
tinha-mos a Boate do Chico Cabrito, e as gafieiras que o sanfoneiro Duvilho Favero realizava em sua residência , tudo isso, e muito mais para a juventude se divertirem.

Os carnavais de Piracaia eram considerados o melhor da região, principalmente dos salões do Clube Recreativo e os que o saudoso Marico realizava.
Tinha-mos dois cinemas, um rinque de patinação,um rio "Cachoeira", para nadar e pescar, dois bons times de futebol e um ótimo time de voley., alegria e amizades sinceras de sobra. e outras
boas coisas.


Que saudades dos apitos do trem, que anunciavam sua chegada e partida, do repicar dos sinos antes das Missass, dos rojões do Silvino Fogueteiro, das flores nos canteiros dos Jardins de Cima e Debaixo, das mesas de sooker do bar do Rafael Verdi  e do Zé Godoy

A maioria da população dos bairros ,a não ser da Fazenda fortaleza ainda usava lamparina,
lampião e velas para iluminação noturna. O famoso penico (vaso noturno) era um instrumento







na maioria das casas. Os padeiros e leiteiros deixavam seus produtos na porta das residências pela
manhã, e vejam bem, ninguém os roubavam.

Os policiais destacados para nossa cidade, tinham como principal tarefa, prender alguns bêbados e briguentos que aprontavam pelas ruas e botecos, e no dia seguinte eram soltos.


Todos os anos havia (hoje ainda realizam, mas não como antigamente) as tradicionais festas de Janeiro no Jardim Debaixo, e de Junho no Jardim de Cima, com barracas cobertas de sapé, onde diversos jogos eram realizados, inclusive com leilão das prendas oferecidas pela comunidade.
Nas do mês de Junho, alem das guloseimas, pipoca, amendoim torrado, era servido o tradicional



QUENTÃO,  por causa do frio da época, no que deixava muita gente alterada , oferecendo mais
ofertas de dinheiro  no leilão.,cuja renda era pra manutenção das Igrejas.
AS festas eram abrilhantadas por bandas musicais, por . lindos grupos do folclore de nossa
cidade, congadas, e o CAIAPÓ ( hoje infelizmente extinto).

Meses antes das festas, a Igreja nomeava os festeiros encarregados de organizar , arrecadar prendas
e dinheiro para os eventos, que a população contríbuia com grande satisfação e alegria..
A nostalgia é muto grande no meu pensamento, ficando até emocionado ao escrever estas lembranças, falando comigo mesmo: A  GENTE  ERA FELIZ, E NÃO SABIA>
                                                   TAZULA

Um comentário:

  1. Tazula, muito precisa e agradavel leitura. É uma época que de fato deixou muitas boas recordações e até hoje nos alegra,ao recordarmos que tivemos a oportunidade de ter vivido nesta maravilhosa época!

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